domingo, 1 de junho de 2008

Os "Lançados"

Os “Lançados”


O envio de espiões ao Médio Oriente e à Índia para localização do reino do “Preste João” e obtenção de conhecimentos sobre a navegabilidade do oceano Índico, não ficou limitada apenas aos nomes dos que a história sobe honrar e perpetuar nos tempos, muitos foram os “lançados” que ficarão para sempre incógnitos das páginas da nossa história. Na medida que se sabe, que em 1487, D. João II enviou na frota de Bartolomeu Dias quatro mulheres africanas, com a missão de encontrarem o mítico reino do “Preste João”. Sabe-se que três desembarcaram em diversos pontos da África Ocidental, e a outra fora desembarcada já nas costas da África Oriental, banhada pelo oceano Índico. Outras mais foram “lançadas” nas costas Africanas sem qualquer registo ou prova que o atestem. De certo modo sabe-se que D. João II preferia “lançar” mulheres naquelas desconhecidas paragens, pois contava que por serem mulheres, os indígenas não lhe fariam mal, e por outro lado, apostava fortemente na intuição feminina para o cumprimento daquela difícil missão. Por esta razão, em 1492, ao abrigo da política diplomática e imperial de D. João II, foram enviadas mais quatro mulheres, desta vez portuguesas, com a mesma finalidade e com o mesmo objectivo. Aliás, a estratégia dos “lançados” era uma prática comum na política das Descobertas, uma vez que sendo os contactos com os indígenas, geralmente hostis e belicosos, ditava a prudência que as barcas e, mais tarde as caravelas, ficassem ao largo e que se lançasse à água um batel com um ou dou dois degredados para irem ao encontro daqueles, a fim de obterem as mais variadas informações.

Muitos foram os degredados que embarcaram nas naus portuguesas com o fim de virem a ser “lançados” em desconhecidos territórios. Aliás, Pêro Vaz de Caminha menciona na carta que escreveu ao rei D. Manuel I, em Porto Seguro, a um de Maio de 1500, os “lançados” que ficariam naquele porto quando dele levantassem ancora. Na verdade, os “lançados” não eram mais do que pobres homens, ou infelizes mulheres que tiveram o azar de cair nas malhas da justiça, que os condenou ao degredo, pelo que para cumprimento da pena, seriam “lançados” isoladamente em determinados lugares da costa inóspita e desconhecida, a fim de penetrarem no interior para recolherem informações sobre a geografia física, redes comerciais, organização politica e, religião dos povos que aí habitassem, bem como todas as informações que viessem a ser úteis à estratégia imperial da coroa portuguesa.

Alguns portugueses livres, a quem o espírito de aventura os impelia para aquele tipo de missões, também se voluntariaram para aquele tipo de missões. No entanto, apesar dos muitos perigos e das muitas incertezas que a sobrevivência acarretava, alguns “lançados” conseguiram resistir às difíceis condições climatéricas, às feras, às doenças e a todas as calamidades existentes naqueles desconhecidos territórios. Aliás, há conhecimento que alguns que conseguiram adaptar-se muito bem aos hábitos da população local, e com facilidade, chegaram mesmo a aprender a língua indígena. Pois, existem registos de cartas de alforria por serviços prestados a D. João II, que dão conta desses poucos sucessos.

Mas, geralmente ao degredado esperava-o os maiores horrores, as maiores incertezas, e até provavelmente o conhecimento do verdadeiro inferno. Toda a gente temia tal castigo e, lamentava profundamente quem o tivesse como pena.

Por sua vez, o envio de espiões ao Médio Oriente e à Índia para localização do reino do “Preste João” e obtenção de conhecimentos sobre a navegabilidade do oceano Índico, não ficou limitada apenas aos nomes dos que a história sobe honrar e perpetuar nos tempos, muitos foram os “lançados” que ficarão para sempre incógnitos das páginas da nossa história. Na medida que se sabe, que em 1487, D. João II enviou na frota de Bartolomeu Dias quatro mulheres africanas, com a missão de encontrarem o mítico reino do “Preste João”. Sabe-se também, que três desembarcaram em diversos pontos da África Ocidental, e a outra fora desembarcada já nas costas da África Oriental, banhada pelo oceano Índico. Outras mais foram “lançadas” nas costas Africanas sem qualquer registo ou prova que o atestem. Porém, de certo modo sabe-se que D. João II preferia “lançar” mulheres naquelas desconhecidas paragens, pois contava que por serem mulheres, os indígenas não lhe fariam mal, e por outro lado, apostava fortemente na intuição feminina para o cumprimento daquela difícil missão. Por esta razão, em 1492, ao abrigo da política diplomática e imperial de D. João II, foram enviadas mais quatro mulheres, desta vez portuguesas, com a mesma finalidade e com o mesmo objectivo. Aliás, a estratégia dos “lançados” era uma prática comum na política das Descobertas, uma vez que sendo os contactos com os indígenas, geralmente hostis e belicosos, ditava a prudência que as barcas e, mais tarde as caravelas, ficassem ao largo e que se lançasse à água um batel com um ou dou dois degredados para irem ao encontro daqueles, a fim de obterem as mais variadas informações.

Muitos foram os degredados que embarcaram nas naus portuguesas com o fim de virem a ser “lançados” em desconhecidos territórios. Aliás, Pêro Vaz de Caminha menciona na carta que escreveu ao rei D. Manuel I, em Porto Seguro, a um de Maio de 1500, os “lançados” que ficariam naquele porto quando dele levantassem ancora. Na verdade, os “lançados” não eram mais do que pobres homens, ou infelizes mulheres que tiveram o azar de cair nas malhas da justiça, que os condenou ao degredo e aos medos da época, pelo que para cumprimento da pena, seriam “lançados” isoladamente em determinados lugares da costa inóspita e desconhecida, a fim de penetrarem no interior para recolherem informações sobre a geografia física, redes comerciais, organização politica e, religião dos povos que aí habitassem, bem como todas as informações que viessem a ser úteis à estratégia imperial da coroa portuguesa.

Alguns portugueses livres, a quem o espírito de aventura os impelia para aquele tipo de missões, também se voluntariaram para aquele tipo de missões. No entanto, apesar dos muitos perigos e das muitas incertezas que a sobrevivência acarretava, alguns “lançados” conseguiram resistir às difíceis condições climatéricas, às feras, às doenças e a todas as calamidades existentes naquelas desconhecidas regiões. Aliás, há conhecimento que alguns “lançados” conseguiram adaptar-se muito bem aos hábitos da população local, e com facilidade, chegaram mesmo a aprender a língua indígena. Como foi o caso dos “lançados” pelo capitão Cid Barbudo, quando a mando de D. Manuel I procurava perto da aguada de São Brás as tripulações das naus de Francisco de Albuquerque e de Pêro de Mendonça que se julgavam perdidas na região do cabo da Boa Esperança. Conforme instruções recebidas do próprio rei, o capitão Cid “lançou” a terra dois degradados, para no interior procurarem novas sobre os náufragos. Cumprindo as instruções recebidas, o capitão esperaria oito dias pelos degradados e, como não veio novas dos “lançados”, os navios saíram daquelas paragens, abandonando os “lançados” à sua sorte. E, um deles até teve muita sorte, uma vez que foi ter à Índia, fez-se turco e, em 1512, aquando da tomada de Goa, apresentou-se a Afonso de Albuquerque e serviu-lhe de intérprete. Aliás, destes poucos sucessos, dão-nos conta os registos de cartas de alforria por serviços prestados a D. João II.

Mas, na generalidade, ao degredado esperava-o os maiores horrores, as maiores incertezas, os maiores medos de míticos e lendários monstros e, o conhecimento do verdadeiro inferno. Em suma, toda a gente temia tal castigo e, lamentava profundamente quem o tivesse como pena. No entanto foram estes anónimos e forçados exploradores que alicerçaram a grande epopeia Lusitana e tornaram possível a realização épica dos Descobrimentos.

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